O apóstolo Paulo seguia em sua segunda viagem missionária, vindo Lucas a participar de sua equipe a partir da passagem pela cidade de Trôade. Nessa ocasião, Paulo intencionava seguir para a Ásia, mas o Espírito Santo lhe deu outra direção: a Europa.
Deus queria que seu servo Paulo levasse as “boas-novas” do Evangelho às cidades importantes e prósperas da Macedônia. Era noite, quando Paulo teve uma visão. Apareceu-lhe um jovem com vestes de macedônio, isto é, vestimentas gregas, com a seguinte mensagem: “Passa à Macedônia e ajuda-nos.”
E ele obedeceu. Seguiu rumo às cidades do antigo império conquistado por Alexandre, o Grande, da Macedônia. Navegaram de Trôade e chegaram a Filipos, que era a “porta de entrada” para a Europa, por onde passava importantíssima estrada, comunicando Roma com a Ásia.
Havia naquela cidade, em Filipos, um lugar de oração, à beira do rio, que fora separado, pelas autoridades romanas, especificamente para os judeus buscarem o Deus de Israel, livremente. No sábado, como sempre fazia, lá estava Paulo falando de Jesus de Nazaré para os judeus.
O texto de Lucas, em Atos, nos informa que, assentados à beira do rio, Paulo e seus companheiros de equipe falaram a algumas mulheres ali reunidas. Entre elas, estava Lídia, a vendedora de púrpura. Lídia era mulher natural de Tiatira. Esta era importante cidade da província ocidental da região da Lídia, entretanto, ela devia morar em Filipos, quando conheceu o Evangelho, por meio de Paulo.
O nome dessa mulher notável pode ser devido à sua origem: Lídia, isto é, “uma mulher da Lídia”. Naquela época, eram comuns os nomes derivados dos locais de nascimento das pessoas.O texto sagrado nos dá o perfil de Lídia: uma vendedora de púrpura, temente a Deus.Possivelmente uma judia prosélita, isto é, convertida ao judaísmo.
Lídia amava a Deus, observava a sua Palavra e buscava comunhão com o Senhor e com os irmãos na fé. Podemos perceber isto pelo fato de, no sábado, ela estar entre o povo de Deus para ouvir as Escrituras, aprender e orar.
Possivelmente Lídia era solteira ou viúva, pois não nos é mencionado o nome de sua família, ou de quem estaria no lugar de “autoridade” familiar sobre ela. E, como tal, Lídia era próspera em sua profissão. Ela tinha um comércio de púrpura, trabalhava na indústria têxtil, com tecidos e artesanatos tintos de púrpura, ou seja, roxo. Essa tinta era extraída de certos moluscos e era muito apreciada, possuindo grande valor monetário em sua época. Era a cor da moda.
Não podemos saber, ao certo, se Lídia apenas comercializava a púrpura, isto é, se apenas comprava e vendia, operando no comércio exterior. É possível também que ela fabricasse as peças e tingisse os tecidos. E, pelo fato de Filipos estar em um lugar estratégico para o comércio entre Europa e Ásia, podemos perceber que Lídia era uma mulher de alta posição social, respeitada em sua cidade e com posses financeiras.
E, ali, à beira daquele rio, ouvindo a Palavra de Deus e reconhecendo Jesus de Nazaré como o verdadeiro Messias prometido a Israel, Lídia tornou-se cristã. Ela levou também a sua família a conhecer o amor de Deus e todos foram batizados.
“E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso.” (At 16.15).
Que esta passagem nos impulsione a ser como Paulo; a ouvir a voz de Deus e obedecer, e como Lídia; a aproveitar as oportunidades que temos para servir e a servir com aquilo que temos.
LUV, L.P.
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