19 November 2005

Olhar para trás

15 November 2005

Sem título

Hoje o passado bateu à minha porta
Me contando as novidades
Novidades que
Gostaria de contar
E a vida alheia também apareceu
Mas não tive notícia de nada meu
Apenas coisas que jamais possui
Que jamais conheci
Não tenho resposta alguma
Tenho vergonha
Vergonha de tanto nada
Que às vezes me faz sofrer
Vergonha de tanto nada
Sobre o qual eu construí
Minha dor e minha frustração
Vergonha de ter pensado contra
O que eu nem sabia existir
Vergonha de às vezes
Eu mesma me sentir o próprio nada
Minha vida

Uma página em branco
Sobre a qual tentei escrever uma história
E sem notar criei apenas um longo
Diálogo
Com a minha imaginação
Se ao menos eu fosse poeta
Mas eis
Finalmente
Um algo
Que eu nunca serei

Também

12 November 2005

Fizeram uma música pra mim e eu não sabia...


Puxa... que surpresa... entrar no blog agora e ver novas postagens...
Star... nem imagino de onde veio sua inspiração para aquele poema, né? Perfeito...
Também tenho algo para compartilhar... uma música... uma surpresa...
Engraçado como ela surgiu na minha vida... "sorrateira e decisivamente", de Deus!
Conversava com um amigo há exata uma semana atrás... de repente ele disse: eu conheço uma música que é a sua cara!
E a cada verso que ele me mostrava, eu me assustava com a real semelhança... comigo e com o momento que vivo e que ainda era muito recente na ocasião...
Ele ainda enfatizou: nossa, agora que eu estou ouvindo eu vejo que, com certeza, é a sua cara!
Foi um presente, essa música. E foi um elogio, essa afirmação...


Não desista dos seus sonhos

Você é assim
Feita de sonhos e esperança
Nasceu pra amar
E ser amada por alguém eternamente
E compartilhar Jesus e a vida
Serem dois em um, uma família

Você é assim
Puro romance
Chega a ser boba e engraçada
Conta adiante

Essa sua fé em contos de fadas


E vem você agora me dizer
Que está desanimada
Não quer mais saber
Que você está cansada de tanto sofrer
Que está doendo muito o seu coração
Oh, minha amiga não fique assim
Não acabou o mundo
Ainda não é o fim
Pode ser noite agora
Tempo de chorar
Mas logo chega o dia e vamos cantar

Não desista dos seus sonhos
Deus tem o melhor pra você
Lembra que Ele está perto
Ele sofre com você
Não desista dos seus sonhos
A dor, com o tempo, vai passar
Entrega toda a tua angústia
Pro Consolador cuidar



Quem ama é assim
Arrisca e se expõe
Quem ama e se entrega
E nessa entrega pode se machucar
Mas esse é o desafio de quem quer amar

Tua dor deve ser grande
Outra vez, decepção
Parecia ser o cara certo

Especialmente feito pra você
Talvez os pessimistas sejam certos
Desiludidos, donos da razão
Jovens sonhadores são ingênuos
E só quebrando a cara aprenderão
Que amor eterno é uma utopia
Casamento perfeito, ilusão
Príncipe encantado, fantasia
Monogamia, o mesmo que prisão



Que a figueira não floresça
Que a videira não dê frutos
Vem, porém, se alegrar no Senhor
Exultai no Deus da criação
Te agrada do Senhor
E ele satisfará os desejos do teu coração
Espera no Senhor
No tempo do Senhor
A resposta pra tua oração

Só não desista dos seus sonhos
Deus tem o melhor pra você
Lembra que Ele está perto
Ele sofre com você
Não desista dos seus sonhos
A dor, com o tempo, vai passar
Entrega toda a tua angústia
Pro Consolador cuidar



Daqui a algum tempo você vai olhar pra trás
Deus é fiel vai te tornar capaz
Pois tudo coopera pro bem
Mesmo a dor também
Daqueles que amam a Deus e o temem
As suas feridas hoje tão expostas
Serão só cicatrizes
Só marcas do passado
Você vai estar mais forte
Pra lutar com mais garra
Pra ver seu sonho enfim concretizado

Não desista dos seus sonhos
Deus tem o melhor pra você
Lembra que Ele está perto
Ele sofre com você
Não desista dos seus sonhos
A dor, com o tempo, vai passar
Entrega toda a tua angústia
Pro Consolador cuidar



[Pimentas do Reino]

07 November 2005

NO MEIO DO CAMINHO

CONSOLO NA PRAIA

Vamos, não chores...
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?
A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.
Carlos Drummond de Andrade